A naguinata (長刀・薙刀)
é uma arma japonesa formada por uma haste de madeira com uma lâmina curva em
uma das pontas, semelhante à alabarda europeia. O comprimento varia conforme o
estilo e a escola, mas em geral a arma tem entre 2m e 2,50m, sendo que apenas a
lâmina de aço, que é removível, tem de 30cm a 60cm. A naguinata surgiu,
possivelmente, no Período Heian (794 d.C – 1185 d. C) e foi muito usada pelas
onna-bugeisha, mulheres guerreiras das famílias aristocráticas, e pelos sohei, monges
budistas, mas também por soldados de infantaria, ou ashigaru. Diversos estilos
de bujutsu (artes da guerra) incorporaram técnicas de combate com a naguinata
ao lado das artes tradicionais da espada, lança e arco e flecha, como é o caso do
Suio-ryu, Katori Shinto-ryu e Yoshin-ryu e o uso da alabarda foi comum entre as
esposas dos samurais, para a defesa de seus lares em períodos de guerra. Entre
o final do Período Tokugawa e a Restauração Meiji, quando começa a modernização
do Japão, surgiu uma nova arte marcial a partir da prática com essa arma, a Naguinata-do
薙刀道
("caminho da naguinata"), que foi incorporada ao currículo escolar de
educação física para as meninas no Período Showa (1926-1989). Os movimentos com
a alabarda japonesa incluem cortes e defesas em todas as direções, com muita
energia, ritmo e beleza. Conforme escrevem Howard Reid e Michael Croucher no
livro O caminho do guerreiro: “Durante
o Período Edo (...), realizaram-se as primeiras experiências de competição. Para
fins de competição, a lâmina da alabarda foi substituída por duas peças de
bambu com uma ponta de couro, o que tornava a extremidade funcional da arma
muito semelhante à espada de bambu ou shinái. Num dos usos populares que se
dava a essa arma leve, ela era usada por uma mulher em luta contra um homem
armado da espada de bambu shinái. Nessas ocasiões, usavam-se trajes de
proteção. A alabarda foi proibida junto com todas as outras armas depois da
Segunda Guerra Mundial, mas o naguinata-dô esportivo foi um dos primeiros
sistemas de uso de armas a ressurgir depois de suspensa a proibição dos
aliados. Em sua nova forma, o caminho ficou muito mais voltado para as
competições esportivas e ainda mais regrado do que era antes. Uma federação
nacional foi constituída em 1956 e, hoje em dia, mais de dois milhões de
mulheres praticam a forma esportiva, embora sejam poucas as que pratiquem as
formas clássicas e mais austeras da disciplina.”

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