O Kenjutsu, arte da espada samurai, não é apenas um conjunto de técnicas de ataque e defesa, mas também um exercício de sensibilidade, tranquilidade, concentração e plena atenção, como nas práticas meditativas zen-budistas. Os combates entre guerreiros japoneses duravam pouco segundos; não era suficiente, para obter a vitória, numa luta de vida e morte, a força física, a velocidade ou o conhecimento da técnica, mas sobretudo a percepção dos movimentos do outro, a partir de sua postura corporal, respiração, olhar, cheiro, ritmo, enfim, a percepção total do outro, compreendido não como alguém diferente, mas como parte de si mesmo, numa unidade eu-outro. O samurai buscava prever os movimentos do adversário, antes mesmo de ele sacar a espada, e reagir de maneira espontânea, livre, fluida, sem pensamentos ou juízos de valor (“mu”, o vazio da mente), como um reflexo no espelho. Quando o espadachim raciocina antes de atacar ou defender, ele paralisa ou retarda o movimento, seu corpo fica aprisionado pela mente, e não conseguirá bloquear o movimento do outro e contra-atacar; quando ele adquire plena atenção e percepção, os seus gestos serão livres, fluídos, espontâneos, seguros e cheios de energia (ki), como a correnteza do rio. (Lições transmitidas pelo sensei, Ruben Espinoza.
sexta-feira, 29 de junho de 2018
A MENTE LIVRE DO ESPADACHIM
O Kenjutsu, arte da espada samurai, não é apenas um conjunto de técnicas de ataque e defesa, mas também um exercício de sensibilidade, tranquilidade, concentração e plena atenção, como nas práticas meditativas zen-budistas. Os combates entre guerreiros japoneses duravam pouco segundos; não era suficiente, para obter a vitória, numa luta de vida e morte, a força física, a velocidade ou o conhecimento da técnica, mas sobretudo a percepção dos movimentos do outro, a partir de sua postura corporal, respiração, olhar, cheiro, ritmo, enfim, a percepção total do outro, compreendido não como alguém diferente, mas como parte de si mesmo, numa unidade eu-outro. O samurai buscava prever os movimentos do adversário, antes mesmo de ele sacar a espada, e reagir de maneira espontânea, livre, fluida, sem pensamentos ou juízos de valor (“mu”, o vazio da mente), como um reflexo no espelho. Quando o espadachim raciocina antes de atacar ou defender, ele paralisa ou retarda o movimento, seu corpo fica aprisionado pela mente, e não conseguirá bloquear o movimento do outro e contra-atacar; quando ele adquire plena atenção e percepção, os seus gestos serão livres, fluídos, espontâneos, seguros e cheios de energia (ki), como a correnteza do rio. (Lições transmitidas pelo sensei, Ruben Espinoza.
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